Desde a última segunda-feira (18), as aulas foram retomadas presencialmente em toda a rede pública estadual de ensino do Acre, porém uma parte dos 789 estudantes da única escola estadual de Porto Walter, a Borges de Aquino, ainda não voltaram a estudar por falta de professores de seis disciplinas.
Evilyn Pinheiro, que iniciaria o 3° ano do ensino médio, relatou que antes da pandemia de Covid-19, já havia esse problema de falta de professores. De acordo com ela, na escola toda só há 4 professores de matemática, espanhol, inglês e geografia dando aulas. Não há docentes de português, biologia, sociologia, filosofia, história e artes.
“Antes da pandemia começar já faltava professores, e durante a pandemia, nas aulas remotas, já tinha professores que davam aulas até de três matérias. Eles não têm nem previsão de quando vão contratar professores. E nós, que achamos que finalmente íamos voltar a ter aulas presencialmente como em todo o estado, continuamos parados como antes”, desabafa ela.
Ivani Ferreira, diretora da escola Borges de Aquino, reconheceu a situação e explicou que das 12 turmas de ensino médio, apenas 2 estão tendo aulas, outras 10 estão paradas por falta de docentes. As aulas estão acontecendo normalmente para os alunos do ensino fundamental, EJA e parte do ensino médio (para os alunos da parte da manhã). Dos 789 alunos, segundo ela, 422 estão tendo aulas e 367 não.
“Temos 25 turmas, dessas 15 estão tendo aulas e 10 não. Nossos professores estão lotados pela manhã e tarde e trabalham com duas modalidades diferentes. Nós não conseguimos começar as turmas de ensino médio da tarde porque não há professores. Estamos com menos da metade dos professores necessários para a tarde. Mas ontem à noite me ligaram da secretaria e disseram que no máximo em duas semanas vão resolver o problema”, afirmou a gestora escolar.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação afirmou que ainda não há solução para esta situação. Esta semana aconteceu a chamada de um edital para professores, porém, o município de Porto Walter não foi contemplado.
“Não há professores classificados no banco de reserva dos processos seletivos já realizados para os cargos que constam no quadro de necessidades informadas na Divisão de Lotação. A secretaria busca outras alternativas para contratação de profissionais”, informou a assessoria.