De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos primeiros 29 dias de setembro, foram registrados mais de 6,6 mil focos de queimadas no Acre. O total deste ano é 9.727. No mês de setembro, o estado já contabiliza 6.639 focos de calor. Com esse número, o Acre tem o pior setembro de queimadas dos últimos 24 anos.
Esse quantitativo representa um aumento de 67,4% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram contabilizados 3.966 focos de incêndio no estado acreano.
O dia registrado como o que mais apresentou focos de calor foi 8 de setembro, dois dias após o Dia da Amazônia. Na data em questão, o Acre chegou a registrar 788 queimadas. No dia 6, foram 694.
O estado está em 6° lugar dos que mais queimaram em setembro. Entre os dez municípios que registram os maiores números durante este mês em todo país, um é Feijó, que está na oitava posição, com 2.282 queimadas.
O número de animais feridos e mortos pelas chamas também cresceu. Muitos são levados para Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama, o Cetas. Lá, eles tentam salvar a vida desses animais.
“Eles chagam aqui por apreensões da polícia ou do Ibama, entregas voluntárias, que é aquela pessoa que tem um animal em casa e quer entregar. E nosso trabalho é tratar, reabilitar se necessário, e fazer a destinação correta do animal”, diz Elaine Oliveira, analista ambiental do Ibama.
No referido local tem um filhote de papagaio, encontrado em uma área de incêndio. “Ele estava dentro do ninho, mas o irmão já tinha vindo a óbito, estava em uma situação complicada, tinha inalado muita fumaça, não tinha nem uma pena quando chegou, mas agora as peninhas estão começando a aparecer. Uma coisa que é importante que se diga é que não é um trabalho imediato. A partir desse animal aqui, são 8 meses de reabilitação para devolver à natureza, e ainda vamos fazer o recrutamento que é quando escolhemos os animais para soltura na natureza para ver se tem capacidade de voo, de procurar alimento, enfim, ele tem que ter condições de ter uma vida plena na natureza.”
Uma paca de rabo, também conhecida como pacarana também foi resgatada, o Cetas do estado é único do país que tem essa espécie. Segundo o Corpo de Bombeiros, em 2022, já foram registrados 365 casos de animais que sofreram com queimadas. Hoje, o Cetas abriga cerca de 150 espécies, entre répteis, mamíferos e aves. Alguns, são resgatados de cativeiro.

