O cantor acreano John Veiga, de 33 anos, está em Cruzeiro do Sul visitando familiares e amigos de infância. Ele, que já é conhecido em muitos lugares do Brasil, concedeu uma entrevista exclusiva aO Juruá em Tempo e falou sobre sua vida e carreira. “Estou muito feliz participando aqui dessa entrevista, nesse jornal que eu já conheço desde o início da minha carreira”, disse.
O cruzeirense está completando 14 anos de carreira e conta que o ‘John Veiga’ nasceu de um acidente. “Eu estava voltando de Manaus, onde morei de 2006 a 2009 e voltei para Guajará (AM), onde fui criado. Quando voltamos para cá o meu irmão conheceu o radialista Jorge Luis, o Velho Zuza, e falou de mim. Meu irmão sempre foi meu produtor, nessa época ele tinha 16 anos e eu 19, o Jorge Luis pediu que ele me levasse ao programa, mas eu não tinha nem nome artístico, o radialista perguntou meu apelido e eu disse que era ‘John’ e o sobrenome ‘Veiga’ e aí ficou John Veiga”, conta.
Ele relembra que o sonoplasta do programa, Pablo Cândido, era produtor musical e gravou todo o programa, juntamente com o Rafael Gomes. Os dois recortaram as partes em que John cantava e começaram a tocar na rádio. “Todo mundo queria saber quem era aquele John Veiga que estava quase todo domingo no programa do Velho Zuza. Foi aí que começou minha carreira”, lembra.
A partir disso, John Veiga começou a lotar teatros e bares do Vale do Juruá. Mas muitas dificuldades foram vencidas para que o cruzeirense conseguisse conquistar o sucesso que tem atualmente. “Eu precisei trabalhar muito tempo como vendedor aqui em Cruzeiro, na rádio e depois fui para Manaus. Nada deu certo lá, só adquiri depressão. Voltei em 2013 e fiquei até 2015, quando começou a dar mais certo, eu estava mais maduro”, contou.
O cantor revelou ainda que o pai tinha medo de que John entrasse na carreira musical e acabasse não dando certo, por isso, vivia se oferecendo para pagar uma faculdade de medicina ou direito para o filho. “O estudo com certeza nos leva para qualquer lugar, mas o meu objetivo sempre foi a música”.
John lembra que em um determinado período ele voltou para Manaus pronto para desistir da música, pois não encontrava nela um sustento fixo para a sua vida. “Eu não tinha nada de bens materiais. Já tinha minha filha e precisava ajuda-la. Trabalhei no Distrito Industrial de Manaus, três meses depois fui demitido e a única coisa que eu sabia fazer era cantar. Já que entrei no negócio de novo eu comecei a me planejar, pensar no futuro”, disse.
Quando a situação começou a melhorar, o cantor foi para Goiânia gravar uma música e chegou a gravar com a dupla João Neto & Frederico, a música Na hora Errada. John chegou a ter um empresário, mas a parceria não deu certo, desde então, o irmão assumiu o lugar de produtor.
“Hoje a gente tem uma agenda em Manaus de, em média, 40 shows por mês. Fazemos show na região norte inteira. Aqui para o Amazonas é mais difícil, por conta da logística, mas queríamos estar mais, principalmente, na ExpoAcre Juruá”, destaca.
Sobre o futuro, John Veiga conta que no ano que vem levará o Murilo Huff para Manaus. “Também temos outras ideias de fazer eventos para que isso possa projetar a gente em nível nacional”, disse.
O cantor explica que ainda existem dificuldades, mas, para não desistir, sempre lembra do menino sonhador que saiu de Guajará (AM). “O menino que pegava chuva para vir de Guajará cantar em Cruzeiro e que trabalhava noite e dia. Aquele menino sonhador que muita gente falou que não conseguiria. Eu lembro daquele garoto e consigo ser quem eu sou hoje”, disse.
John contou ainda que por um tempo parou de cantar suas músicas nos shows “Eu parei de acreditar no meu próprio trabalho”. Mas atualmente, ele aposta em suas músicas já gravadas e, até o fim desse ano, gravará um DVD com suas canções antigas, porém com outra roupagem. “Músicas mais bem elaboradas, que já gravei e são sucesso e uma nova que eu estou apostando muito, o compositor é meu parceiro, e o nome da música é De Chinela”, contou.
Para aqueles que estão querendo entrar no mundo da música, John Veiga aconselha a essas pessoas a buscarem e fixarem um público. “A galera que está começando, acredite em si mesmo e invista em músicas autorais e músicas que compositores se dediquem, você precisa ter um ouvido crítico. Música é investimento, aparência também”, aconselhou.
Sobre a vinda a Cruzeiro do Sul, o cantor disse que está aproveitando para rever familiares e amigos. “Eu estou muito feliz, uma sensação maravilhosa de estar aqui de novo e rever as pessoas. Eu não fechei nenhum show, vim para descansar a voz e a cabeça, voltar às origens”, finalizou.
A entrevista foi regada a muitas lembranças e música.



