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Seca do Rio Acre: Pesquisadores avaliam cenário e alertam para estudos que apontam ‘cota zero’ futuramente

Por Redação Juruá em Tempo.10 de outubro de 20228 Minutos de Leitura
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O Rio Acre registrou, somente este ano, quatro cotas históricas na maior seca do estado, sendo três vezes em setembro, e uma em outubro, quando chegou a 1,25 metro. Para analisar esse cenário, o g1 ouviu dois especialistas que fizeram um panorama sobre o manancial, que é a principal fonte de abastecimento da capital acreana. Neste domingo (9), o nível do rio está em 1,86 metro.

Os dois destacam que muitos fatores contribuem para essa vazão, desde variáveis antropológicas, climáticas a geológicas. Chamam atenção ainda para estudos que apontam que, futuramente, o Rio Acre registre inclusive, cota zero em algumas regiões.

Três anos de La Niña

O doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Universidade Federal do Acre (Ufac), José Genivaldo Moreira destacou que, pela primeira vez no século, está sendo registrado a ocorrência de La Niña pelo terceiro ano seguido, o que impactou esses fenômenos.

“As variáveis hidrológicas são muito sensíveis a diversos fatores, entre os quais: desmatamento, ocupação desordenada, ausência de políticas e planos racionais de gestão dos recursos hídricos e, sobretudo, os efeitos das mudanças climáticas. Além disso, a dinâmica hidrológica da nossa região é fortemente impactada por fenômenos como El Niño e La Niña e a variabilidade presente na ocorrência desses fenômenos ainda não é bem conhecida pela ciência, apesar de grandes avanços. Por exemplo, pela primeira vez no século, estamos registrando a ocorrência de La Niña pelo terceiro ano seguido, algo que já preocupa profissionais e instituições em todo o mundo”, explica.

O estudioso também lista, entre as ações que mais impactam a ocorrência desses eventos extremos, a interferência de fenômenos globais, assim como a sazonalidade bem definida na região e ações como desmatamento, ocupação desordenada e a utilização do Rio Acre como única fonte de captação para abastecimento de água também interferem.

Como tudo depende da natureza, é difícil fazer previsões, mas o doutor explica que, assim como tem se registrado seca com níveis recordes, também podemos registrar cheias severas nos próximos anos.

“Tem-se observado que os eventos de Lá Niña estão associados a aumentos nos registros pluviométricos na região. Com a ocorrência do evento pelo terceiro ano seguido, há a possibilidade de cheias recordes, evidentemente que a probabilidade é pequena. Porém, tal característica converge para esperar a ocorrência de cheias capazes de causar impactos acentuados, como foi registrado em anos recentes”, destaca.

Gestão

Questionado sobre medidas que possam mudar esse cenário, Moreira diz que isso é quase irreversível, quando se avalia os extremos – seca e cheia – que o estado registra historicamente.

“O que pode ser feito é preparar a sociedade por meio de medidas capazes de atenuar os impactos que tais eventos causam. Por exemplo, não há em curso (ou pelo menos não está explicitado) um plano de abastecimento para a capital, em que outras formas de captação sejam pensadas. Isso diminuiria a dependência do Rio Acre e atenuaria os impactos do uso do manancial”, pontua.

Mais do que isso, segundo ele, é extremamente necessário que as pessoas sejam conscientizadas sobre o uso racional dos recursos naturais, com campanhas efetivas e bastante disseminadas.

“Nesse sentido, observemos um exemplo prático: todos sabemos a importância da industrialização para o crescimento econômico de uma região, mas o abastecimento de água tem se mostrado um regulador do crescimento industrial ao longo da história em todo o mundo. Então, se queremos desenvolver a região, precisamos fazê-lo de forma planejada, de modo que não nos falte o principal: os recursos”, destaca.

Rio Acre é a única fonte de abastecimento da capital  — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Perfuração de poços

O g1 também ouviu Carolina Accorsi Montefusco, que é engenheira civil e mestre em Ciência, Inovação e Tecnologia para a Amazônia. Sobre os baixos níveis do rio, ela destaca que outros fatores também contribuem para essa vazão histórica, como a ocupação irregular às margens do manancial e outros fatores.

“Muito se relaciona a diminuição da cota do rio com a falta de chuvas e, ao se observar os registros de série históricas de dados, observa-se que não está relacionado. Com relação ainda a essa dinâmica hidrológica x fluviométrica da cota do rio, ainda é possível observar que ao serem estudados os registros de vazão que temos desde 1970 até os dias atuais, realmente observa-se a tendência decrescente nas vazões do rio Acre, a cada ano que passa, no período de estiagem, da tal forma que a recorrência será muito maior”, explica.

O Rio Acre é a única fonte de captação de água para abastecimento na capital. Enoque Pereira, presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), chegou a dizer ao g1 que estuda maneiras de que essa seca não interfira na distribuição de água, mas alega que o serviço já teve alguns prejuízos.

Pereira destaca ainda que a prefeitura tem feito estudos para que o abastecimento de água não dependa mais apenas do Rio Acre. A intenção é furar poços no Segundo Distrito da capital para ajudar nessa distribuição de água. Porém, ainda há um processo a ser feito até que isso aconteça. Os testes, inclusive, começariam já este ano.

Sobre essa proposta, Carolina avalia que não seria uma solução, pois, em um período de estiagem, esses poços podem secar também, não sendo uma solução.

“Quando se fala em perfuração de poços para atendimento ao abastecimento de água em Rio Branco, principalmente para a época de estiagem, não é a melhor solução. Uma vez que nesse período, em virtude da diminuição de chuvas, o nível do lençol freático diminui também, comprometendo o volume de água disponível para uso.”

Abastecimento de água em Rio Branco pode ficar comprometido, devido à seca do rio  — Foto: Saerb

‘Cota zero’

Para a engenheira, é preciso pensar em maneiras de amenizar os impactos que esses fatores causam no rio. Segundo ela, as projeções apontam para cenários mais graves, inclusive, com cota 0 do Rio Acre em algumas regiões.

As menores cotas já registradas são:

  • 1,30 metro – 17 de setembro de 2016
  • 1,29 metro – 11 de setembro de 2022
  • 1,27 metro – 28 de setembro de 2022
  • 1,26 metro – 29 de setembro de 2022
  • 1,25 metro – 2 de outubro de 2022

“O que é possível é justamente a realização de estudos que nos trazem projeções futuras de possibilidades. Inclusive, foram realizados já estudos que estimam em um futuro próximo, em virtude do alto grau de assoreamento do rio Acre, o mesmo pode apresentar cota zero’ em alguns locais no período de estiagem. Aliado a esse fator, as outras variáveis envolvidas nesse processo ocorrem concomitantemente, de maneira que aumentam ainda mais a preocupação com o futuro do rio Acre”, pontua.

Mesmo com níveis tão baixos, Carolina explica que o rio Acre, mesmo na estiagem, tem capacidade para abastecer a cidade tranquilamente. O que precisa mudar, segundo ela, é o sistema de captação e distribuição de água, sendo uma área que precisa de mais investimentos.

“Apesar de ser fator diretamente ligado ao abastecimento, o volume de águas no rio Acre, no período de estiagem, não é único e exclusivamente o culpado nos problemas de abastecimento que a população de Rio Branco enfrenta. O sistema tem captado volume de água suficiente para ser distribuído, ao passo que o rio Acre tem vazão para atender a isso. Um dos grandes entraves se encontra justamente na gestão e operacionalização do sistema, principalmente no que diz respeito às etapas de distribuição de água. Medidas podem ser adotadas como ações de desassoreamento do rio, construção de barragens e reservatórios de acumulação com o objetivo de armazenamento de água nas épocas de cheia e distribuição na de estiagem, o que viria a contribuir também com o controle das enchentes na cidade. Além ainda de investimentos na gestão do sistema com melhorias na rede de distribuição, que hoje é bastante antiga, e adoção de tecnologias no sistema de gestão”, finaliza.

Rio pode chegar a cota zero, caso medidas não sejam tomadas — Foto: Kelton Pinho/g1

Operação

Os moradores que não são atendidos pelo serviço de água da capital acabam sofrendo ainda mais com a seca. São moradores de comunidades que têm acesso a poço e que, neste período, acabam sendo castigados pela escassez de água.

É por isso que a Defesa Civil usa carros-pipa para levar água potável para essas pessoas. O órgão municipal atende 23 comunidades rurais com o objetivo de amenizar os impactos.

“São milhares de pessoas atingidas, mas estamos com 23 comunidades, que dá em torno de 3,5 mil famílias e 14 mil ou mais pessoas e ainda temos 15 comunidades na fila pedindo socorro, então é muita gente atingida pela seca passando necessidades e estamos fazendo de tudo para amenizar os impactos”, disse o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão.

  • Por Tácita Muniz, g1 AC — Rio Branco.
Por: redação.
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