É possível acompanhar a passagem do tempo pela cor do cabelo de Reynaldo Gianecchini, de 50 anos. Os suplementos dominicais parecem ter um espaço reservado para comentar o novo corte do ator, elevando, assim, a questão estética ao estatuto de uma crise existencial.
“Todo mundo quer saber do meu cabelo, sendo que minha vaidade é normal, nem levo minha imagem a sério”, diz ele. “Quero desconstruir essa fama de galã.”
Aos desavisados, Gianecchini já deixou de assumir os tons grisalhos. Com barba e cabelo pretos, ele encarna outro arquétipo masculino, estreando, nesta quinta-feira, a peça “A Herança”, do americano Matthew López, no teatro Vivo. Gianecchini interpreta Henry, par romântico de Eric, papel de Bruno Fagundes, de 33 anos, filho dos atores Antônio Fagundes e Mara Carvalho.
No elenco, 11 atores, entre eles André Torquato e Felipe Hintze, se desdobram em 25 personagens, numa peça de cinco horas e meia dirigida por Zé Henrique de Paula. Exigindo fôlego do público, o texto é dividido em duas partes de duas horas e meia, cada uma subdividida em atos, delimitados por intervalos, mais um elemento para aumentar o frisson que a peça tem causado na cidade desde que foi anunciada.
Já são mais de 3.000 ingressos vendidos, o equivalente a dez apresentações lotadas. Para a segunda parte, que só será encenada no fim do mês, 950 entradas foram compradas —ou seja, quase mil pessoas, mesmo desconhecendo a história, reafirmaram a curiosidade pelo desenrolar da trama.
*Com informações da UOL

