Nesta terça-feira, 09, durante o Encontro Trinacional da Integração Rota Quadrante Rodon, em Rio Branco, o subsecretário de Articulação Internacional do Ministério do Planejamento e Orçamento, Luciano Wexell Severo, demonstrou em sua apresentação como o principal país sócio comercial do Acre mudou da Argentina em 2000, para os Estados Unidos em 2010 e finalmente para a China, em 2023.
Além disso, Severo afirmou que a implementação da Ferrovia Transcontinental, que ligaria o sul do país a Cruzeiro do Sul, e depois Pucallpa, no Peru, com saída para o Pacífico, está sendo estudada. Assim, as exportações do Acre para China têm tendência de aumento a partir da consolidação da Rota Quadrante Rondon, que provê a ligação dos estados brasileiros através do Acre para o porto de Chancay, em Lima, no Peru, depois da inauguração prevista para este ano ainda.
“Nossas exportações saíam de Santos – SP e Paranaguá – PR, pois nossos parceiros sempre foram Europa e EUA, mas duas transformações absurdas mudaram o contexto; a expansão do oeste asiático e a expansão da fronteira e produção brasileira para a fronteira oeste e norte do Brasil. Essas são condições que se impõem”, informou.
Segundo ele, o Governo Federal possui grande expectativa em relação ao crescimento do Acre, como consequência da cadeia logística que o estado vai ocupar. “Nós temos o Acre no ponto fulcral, primordial do território sul-americano, um HUB logístico. O Brasil vai começar aqui. Nós temos o dever como homens públicos, num país rico em tudo, de fomentar o nosso lugar no mundo, obrigatoriamente e urgentemente”, destacou Wexell.
Ao ser questionado pelo empresário Roy Roberto Escurra sobre a efetiva realidade sobre o plano de integrar o sul do Brasil a Pucallpa, no Peru, através do Acre, pela ferrovia Transcontinental, durante o encontro, o subsecretário alegou que a pasta tem reuniões permanentes com a Secretaria Nacional dos Transportes Ferroviários e a ferrovia aparece em mapas de planejamento, mas que ainda não é possível fornecer uma resposta definitiva sobre o tema.
“Temos acompanhado isso, participado de audiências públicas e observado muito atentamente. Sabemos das questões ambientais, patrimoniais envolvidas, de questões de segurança envolvidas, porque é aquilo; cada vez que a gente abre um caminho desse tem que ter a força pública, tem que ter a capacidade de fazer concurso para alocar funcionários nessas áreas. A gente se esquiva na resposta, para não responder o que não temos competência, mas sem dúvida, olhando o mapa, é um ponto interessante observar que entre Cruzeiro do Sul e Pucallpa são 200 quilômetros. Dizer mais que isso seria absurdo porque tem outros ministérios envolvidos e temos que envolver todo mundo para ver de que maneira isso pode avançar”, concluiu Severo.