A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 17, a Operação Tacitus, com o objetivo de desarticular organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública.
No total, os agentes estão cumprindo oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo (SP), Bragança Paulista (SP), Igaratá (SP) e Ubatuba (SP). A operação tem o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de São Paulo.
Um dos presos é o delegado Fabio Baena, que foi acusado de extorsão por Vinícius Gritzbach, delator do PCC morto no aeroporto de Guarulhos em novembro. O outro detido na operação foi o investigador Eduardo Monteiro.
“A investigação partiu da análise de provas que foram obtidas em diversas investigações policiais que envolveram movimentações financeiras, colaboração premiada e depoimentos. Tais elementos revelaram o modo complexo que os investigados se estruturaram para exigir propina e lavar dinheiro para suprir os interesses da organização criminosa”, informou a PF.
Ainda segundo a PF, os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais, cujas penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão.
Por meio de nota enviada ao site IstoÉ, o escritório de advocacia Bialski, que representa o delegado Fábio Baena e o investigador Eduardo Monteiro, afirmou que recebeu com a indignação a informação sobre a prisão dos dois agentes, pois não havia “necessidade, idoneidade e se constitui em arbitrariedade flagrante”.
A defesa ainda ressaltou que os fatos já tinham sido investigados e arquivados por recomendação do próprio MP-SP.
Confira a nota na íntegra:
“A defesa constituída do Delegado de polícia Dr. Fábio Baena Martin e do investigador Eduardo Monteiro, INDIGNADA, esclarece que a prisão hoje cumprida não possui necessidade, idoneidade e se constitui em arbitrariedade flagrante.
Inadmissível no Brasil se banalizar o direito à liberdade, decretando-se prisão midiática, sem contemporaneidade, e o mais grave, por fatos que já foram investigados e ARQUIVADOS pela Justiça, por recomendação do próprio Ministério Público.
A palavra pueril de um mitômano, sem qualquer elemento novo de prova, não poderia jamais motivar medida tão excepcional, afrontando o status dignitatis e libertatis dos nossos constituídos.
Esclareça-se também que ambos compareceram espontaneamente para serem ouvidos e jamais causaram qualquer embaraço às repetidas investigações.
Ademais, a defesa denuncia o gravíssimo fato que não se deu o Direito e oportunidade ao Delegado Baena contactar seus advogados avisando de sua prisão e do cumprimento do mandado de busca, o que somente reforça a ilegalidade denunciada.
A defesa está tomando todas as medidas para fazer cessar, imediatamente, a coação espúria constatada.”