O deputado federal Gilvan Máximo (Republicanos-DF) apresentou, nesta segunda-feira (27/1), uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) contra o “Bloco da Laje”, em Porto Alegre (RS). A medida foi tomada após a repercussão de um episódio ocorrido durante uma apresentação de pré-Carnaval, no último domingo (26/1). Um folião, fantasiado de Jesus Cristo, foi filmado tirando a roupa até ficar apenas de tanga fio-dental.
“Grave. Queremos punição já”, publicou o parlamentar em sua conta no Instagram. Ele classificou o ocorrido como um desrespeito ao Cristianismo e pediu medidas judiciais. “Formalizei denúncia por vilipêndio e racismo religioso. Não vamos aceitar que o Cristianismo seja desrespeitado no nosso país. Quem professa a sua fé em Cristo Jesus não pode ser tão desrespeitado dessa forma”, afirmou Gilvan Máximo.
O evento ganhou destaque nas redes sociais, dividindo opiniões. A performance, acompanhada por uma marchinha de Carnaval que dizia “Vamos tirar, vamos tirar, vamos tirar Jesus da cruz”, gerou revolta em grupos religiosos e também reações de apoio ao ato, considerado por alguns como uma expressão artística.
Na apresentação, o homem caracterizado como Jesus descia de uma árvore após o strip-tease e era carregado pela multidão em clima festivo.
A polêmica reacendeu debates sobre a liberdade de expressão artística e os limites do respeito às crenças religiosas. Setores conservadores, principalmente ligados a movimentos cristãos, criticaram duramente o ocorrido, classificando-o como afronta à fé e à cultura religiosa. Por outro lado, defensores do bloco argumentaram que o Carnaval é tradicionalmente um espaço de sátira e crítica social, onde performances provocativas fazem parte da manifestação cultural.
O Ministério Público Federal ainda não se pronunciou oficialmente sobre a denúncia. No entanto, o caso já mobiliza discussões jurídicas e sociais sobre a interpretação de vilipêndio religioso e até onde a liberdade artística pode ser exercida sem ferir direitos constitucionais.
A controvérsia promete influenciar o debate público e reacender tensões entre os direitos à liberdade de expressão e a proteção às crenças religiosas.
Fonte: AM Post.