A já abalada relação entre o presidente dos EUA Donald Trump e o bilionário Elon Musk parece ter atingido um novo ponto de ebulição. Segundo revelou o jornal The Washington Post no sábado (7/6), uma discussão acalorada entre o empresário e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, que ultrapassou os limites do verbal e teria incluído agressões físicas nos bastidores do governo Trump.
Fontes ouvidas pela reportagem do jornal, incluindo Stephen K. Bannon — ex-conselheiro de Trump e figura influente da direita americana —, relataram que o embate verbal ocorreu em meados de abril, após um encontro no Salão Oval. Na ocasião, Musk e Bessent apresentaram suas recomendações para o cargo de comissário interino da Receita Federal. Trump, no entanto, escolheu seguir o conselho de Bessent, contrariando Musk.
A tensão teria escalado assim que ambos deixaram o gabinete presidencial. Segundo Bannon, ao caminhar pelos corredores da Casa Branca, os dois iniciaram uma troca de insultos, culminando em acusações diretas. Bessent teria questionado a credibilidade de Musk, alfinetando a promessa, nunca cumprida, de que o empresário descobriria mais de US$ 1 trilhão em gastos públicos fraudulentos.
“Scott disse: ‘Você é uma fraude. Você é uma fraude total’”, relatou Bannon. Ele acrescentou ainda que, ao tomar conhecimento do episódio, Trump reagiu com desdém, limitando-se a dizer: “Isso é demais”.
Elon Musk teria então batido com o ombro no peito de Bessent “como um jogador de rúgbi”, disse Bannon. O golpe foi revidado. Testemunhas ouvidas pela reportagem afirmaram que seguranças da Casa Branca precisaram intervir.
Saída do governo
Donald Trump e Elon Musk entraram em rota de colisão nas redes sociais poucos dias depois de o bilionário deixar seu cargo no governo dos Estados Unidos. O estopim da troca de farpas foi um extenso pacote legislativo defendido por Trump, que trata de mudanças fiscais, cortes orçamentários, políticas energéticas e medidas na fronteira.
Musk, que havia sido um dos aliados mais proeminentes de Trump durante a campanha presidencial de 2024, havia sido nomeado para comandar a Agência de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), com a missão de promover cortes drásticos nos gastos públicos.
Nas últimas semanas, ele criticou o projeto de Trump, pontuando em uma entrevista que está “decepcionado” com a agenda.