O Ministério da Agricultura prorrogou por mais um ano a emergência fitossanitária contra a monilíase, praga que afeta culturas como cacau e cupuaçu e que teve seu primeiro caso registrado no Brasil em 2021, na área urbana de Cruzeiro do Sul, no Acre. A nova medida foi oficializada pela Portaria nº 818, publicada no último dia 21 de julho de 2025.
A engenheira agrônoma Maísa Bravini, coordenadora das ações de combate à monilíase no Vale do Juruá, explica que a prorrogação da emergência não significa aumento da praga, mas sim um reforço estratégico das ações de vigilância e contenção.
“A emergência fitossanitária abrange os estados do Acre e Amazonas, onde já existe ocorrência da praga, e também Rondônia e o Maranhão, que estão em alerta devido à proximidade. A ideia é manter a vigilância ativa e evitar que a doença se espalhe”, afirmou Maísa.
Desde o surgimento da monilíase em Cruzeiro do Sul, o trabalho dos órgãos de defesa agropecuária tem sido constante. As ações incluem monitoramento diário, palestras educativas em escolas, barreiras fitossanitárias em rodovias, como na BR-364, no Rio Liberdade, além da vistoria de veículos para impedir o transporte de frutos contaminados para outras regiões.
Segundo Maísa, a situação está sob controle no Vale do Juruá, mesmo com a identificação esporádica de novos focos.
“Se nada tivesse sido feito desde 2021, essa praga já teria saído do Juruá e atingido outras regionais do Acre e até Rondônia. A contenção até aqui é um sucesso”, afirmou.
Ao detectar um foco — que é qualquer propriedade com planta infectada e todas as outras num raio de 300 metros —, a equipe técnica realiza a poda fitossanitária para limpar a planta, de forma que ela rebrote sem o fungo.
Apoio da população é essencial
A coordenadora reforça o apelo para que os moradores colaborem com as equipes de campo:
“Pedimos que a população observe as plantas em seus quintais. Muitas vezes, a pessoa nem sabe que tem uma planta contaminada no fundo de casa. A monilíase se manifesta como um pó branco bem denso nos frutos. Ao perceber algo suspeito, não mexa e avise imediatamente a equipe da Idaf”, orienta Maísa.
As denúncias e comunicações podem ser feitas diretamente nas redes sociais dos órgãos de defesa ou presencialmente nas unidades do Idaf nos municípios.
Com a continuidade das ações e o apoio da população, as autoridades esperam manter a monilíase contida no Vale do Juruá, protegendo a produção agrícola regional e evitando impactos econômicos mais severos.

