Durante a cerimônia de entrega de certificados de cursos profissionalizantes realizada nesta quinta-feira (17), no auditório Rio Moa, sede do Sebrae em Rio Branco, o governador Gladson Cameli anunciou e comentou o decreto que estabelece estado de emergência em saúde pública no Acre. A medida, publicada no Diário Oficial do Estado, tem validade de 90 dias e foi motivada pelo risco iminente de reintrodução do sarampo no território acreano.
A decisão foi tomada com base em parecer técnico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), que apontou o avanço da doença em países vizinhos, especialmente a Bolívia. O país já declarou emergência nacional e contabiliza mais de 100 casos confirmados. A proximidade geográfica e a intensa circulação transfronteiriça elevaram o nível de alerta das autoridades locais.
Em entrevista à imprensa, Gladson Cameli fez um apelo direto à população, destacando a gravidade da situação e a importância da vacinação: “É uma preocupação que nós temos no governo. Nós declaramos já estado de emergência para justamente chamar a atenção, pedir para a população que se vacine, vacine-se. Está tendo sim essa crise. Na Bolívia está tendo muitos casos. Nós sabemos que a Bolívia faz fronteira com o Acre e nós temos que pedir também a cooperação da população: que procure os postos de saúde, que vá lá fazer a prevenção, tomar vacina, para que a gente não tenha aí números piores. Mas é uma grande preocupação nossa, sim”, afirmou o governador.
Questionado sobre as ações já em curso, Cameli confirmou o apoio do governo federal e o reforço na campanha de imunização: “Com toda certeza. Inclusive, o próprio Ministério da Saúde já colocou uma equipe aqui disponível para atender. E estamos nessa campanha, que a população procure os postos de saúde para se vacinar, para que depois não aconteçam aí situações mais graves”, ressaltou.
Com o decreto em vigor, a Sesacre está autorizada a adotar medidas urgentes e prioritárias, como a mobilização de recursos e equipes técnicas para conter qualquer possível surto. A expectativa é que a população responda ao chamado e contribua para evitar o retorno de uma doença já erradicada no Brasil, mas que volta a preocupar autoridades sanitárias em toda a América do Sul.

