Em meio às botas, fivelas, shows e praças de alimentação, a 50ª edição da Expoacre em Rio Branco também reserva uma experiência adocicada. Um espaço dedicado à apicultura dá a oportunidade para a produção de mel ganhe visibilidade.
O local reúne produtores da capital e do interior. No estande, o público pode experimentar o doce de forma gratuita. Os interessados também podem, após a degustação, adquirir mel, própolis, geleia real e outros produtos obtidos por meio da apicultura.
Além de expor os produtos, o espaço, que é parte da feira desde 2022, evidencia o desenvolvimento desta cadeia produtiva que também tem impacto positivo no meio ambiente, já que as abelhas têm papel crucial na polinização de plantas.
A apicultura integra o Programa REDD Early Movers (REM) Fase II, uma iniciativa de cooperação entre Alemanha, Reino Unido e o governo do Acre, que promove conservação ambiental por meio do apoio a produtores rurais, ribeirinhos e indígenas.
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Na década de 1980, esta produção recebeu investimentos do governo, mas não conseguiu se manter. Atualmente, também com investimento público, a cadeia tenta se estabelecer e já abrange cerca de 250 produtores nas regiões do Alto e Baixo Acre e Vale do Juruá.
“Essa atividade da apicultura e meliponicultura (abelhas sem ferrão) beneficia tanto o meio ambiente e também ajuda a acrescentar à renda dos produtores rurais, uma renda extra. Está beneficiando na parte social, econômica e ambiental”, ressaltou Zandra Pilar, coordenadora da cadeia produtiva do mel na Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri).
‘Melhoria de vida’
Para o estudante José Gabriel, de 18 anos, o mel é mais do que uma cadeia produtiva. Ele é estudante de uma escola rural localizada dentro da Fazenda Filipinas, entre os municípios de Epitaciolândia e Xapuri, e faz parte da Associação Acreditar, que promove formação profissional para os alunos.
Ainda segundo o estudante, a produção de mel pela associação está entre 400 e 600 quilos este ano, com cerca de 40 colmeias. O produto é comercializado na própria região do Alto Acre.
No terceiro ano do ensino médio, José Gabriel conta que participar da iniciativa permitiu a ele encontrar um caminho sem ter que deixar a comunidade em que vive.
“É como um impulso pros alunos que estão lá dentro. É uma melhoria de vida, porque tem muitos alunos que não querem sair de dentro da comunidade. Como a gente sabe que lá dentro é difícil a questão da renda, isso pode servir como uma segunda renda para a família lá de dentro. Isso melhora a produção, não só nossa, mas do vizinho também, elas [abelhas] polonizam muito”, avalia.
Expectativa de crescimento
A maioria dos produtores vende o mel e outras mercadorias para pequenos comércios e clientes já fidelizados. Contudo, devido ao aumento no investimento por meio de estratégias como o REM Fase II, a cadeia tem se estruturado cada vez mais.
Uma associação de produtores conseguiu certificação e deve começar a vender para redes de supermercados do estado. Trata-se da Flora Bonal, de Rio Branco, que foi a primeira a alcançar os parâmetros necessários para obter o certificado.
Também na região do Baixo Acre, o apicultor Francisco Genival Maia se dedica à produção de mel há cerca de duas décadas no município de Bujari. Ele viu o volume produzido diminuir por volta de 2019, porém, desde 2023 percebe uma recuperação.
Maia estima uma média entre 600 a 800 litros de mel por ano, e considera o cenário propício a ultrapassar a marca de mil litros este ano. O produtor conta com a parceria de fazendas que cedem o espaço para que ele leve as abelhas.
“Não tenho abelhas nos polos, eu tenho só dentro das fazendas. E tenho uma grande parceria com a dona Elimar [Teixeira], da Fazenda Aquarius. Quando chega essa época, que o seringal dela começa a florar, eu levo todas as minhas colmeias para lá”, explica.
Esta é uma importante estratégia de cooperação e um exemplo da necessidade valorização do produtor rural, que pode ser revertida em ganho econômico e ambiental.
“São as pessoas que têm nos dado um grande apoio e têm nos trazido aqui para a Expoacre, para a gente representar tanto a produção, como representação do governo investindo nos apicultores. Esse apoio, essa estruturação tem que ter”, acrescentou.


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