Leonardo Queiroz, presidente da Acre Flanáticos, está prestes a encarar uma das jornadas mais marcantes de sua vida como torcedor do Flamengo uma viagem que ultrapassa fronteiras, atravessa a Amazônia e percorre mais de 2,6 mil quilômetros até Lima, no Peru. Acreano, distante dos grandes centros e líder da maior torcida organizada do clube no estado, ele integra uma caravana com mais de 120 torcedores que vão deixar Rio Branco para acompanhar de perto a final da Copa Libertadores, que acontece no dia 29 de novembro. Para Leonardo, esse deslocamento gigantesco representa bem mais do que chegar ao estádio: é a materialização de um sonho.
Leonardo em viagem ao RJ/ Foto: Cedida
Leonardo conta que sua relação com o Flamengo começou de forma natural, sem influência direta. Na família, cada um torcia para um time diferente, e o ambiente no bairro também era variado. “A paixão nasceu e cresceu sozinha”, relembra. Com o tempo, esse sentimento o levou a se aproximar da Acre Flanáticos, ainda em 2015, quando estudava e se reunia com amigos para assistir aos jogos. Inicialmente convidado para fazer parte do grupo, virou diretor, vice-presidente e, por fim, assumiu a presidência, cargo que, segundo ele, não era um objetivo pessoal, mas resultado de responsabilidades que foi acumulando com o tempo.
A preparação para essa longa viagem começou ainda em setembro, assim que o Flamengo garantiu vaga nas oitavas de final. Para evitar que os custos subissem conforme a final se aproximava, a diretoria firmou parceria com uma empresa de Porto Velho. Desde então, Leonardo viveu uma verdadeira maratona: documentos, mensagens, dúvidas, logística e a missão de organizar uma caravana interestadual e internacional. “É cansativo, exige muito, mas vale cada segundo”, diz.
AcreFlanaticos/Foto: Cedida
Mesmo com o volume de trabalho, ele diz que a caravana não enfrentou perrengues graves, embora o peso emocional tenha sido grande. Segundo Leonardo, muita gente desacreditou do movimento quando ele foi lançado, acusando o grupo de “zicar” o time. A classificação do Flamengo trouxe alívio, orgulho e até um sentimento de vitória pessoal. “Mostramos que com planejamento e coragem dá para fazer”, diz.
A ida para Lima carrega um significado especial também por outro motivo: a oportunidade de ajudar torcedores que nunca estiveram em um estádio. A Acre Flanáticos, que já foi destaque em emissoras, blogs e sites nacionais, têm um papel importante de aproximação no Acre, onde muitos só conseguem ver o time pela televisão. Segundo ele, a torcida ofereceu suporte para emissão de documentos, orientações, processos de compra de ingressos e tudo que pudesse facilitar o caminho até a final.
“É indescritível. A ansiedade toma conta semanas antes. Mas o mais gratificante tem sido ajudar a galera”, conta.
Leonardo e Zico/ Foto: Cedida
Para quem fica no Acre, a torcida prepara um evento de transmissão no Atlético Clube Juventus, onde esperam receber mais de mil pessoas. Leonardo reforça a importância da comunhão entre os torcedores, mesmo longe do estádio. “Dá para fazer um clima de estádio aqui. Já vivemos isso antes”, lembra.
Sobre o que espera trazer de Lima, além da esperança pelo título, Leonardo tem uma resposta pronta: quer reviver as memórias de 2019, quando o Flamengo venceu a Libertadores também na capital peruana. “É uma lembrança que marcou todo mundo. E a gente sente que pode dar certo de novo”, afirma.
Leonardo Queiroz/ Foto: Cedida
Para ele, que é envolvido com a maior torcida organizada do Flamengo no Acre, a viagem representa orgulho, união e a certeza de que o amor pelo futebol atravessa fronteiras. “Estamos felizes demais. É um misto de emoções. Só Deus sabe o que significa para a gente estar lá”, finaliza.

