Na manhã chuvosa desta terça-feira (18), o corpo de Paulo Lopes Rodrigues, de 54 anos, foi encontrado amarrado em uma área de mata no Bairro Nazaré, no município de Brasiléia. Ele estava desaparecido desde domingo (16).
Alertadas por populares sobre a presença de um cadáver próximo a um açude, as Polícias Militar e Civil deslocaram-se ao local, confirmando a identidade de Paulo Lopes. O cenário indicava extrema violência: a vítima estava com as mãos presas para trás e os tornozelos amarrados, além de exibir graves lesões no rosto. Embora não houvesse marcas de tiros ou ferimentos por arma branca, a intensidade das agressões era notável.
Familiares relataram que Paulo havia sido visto pela última vez no domingo (16), em companhia de alguns conhecidos, em um bar situado na Avenida Manoel Marinho Montes. Segundo as investigações iniciais da Polícia Civil, a morte de Paulo foi resultado de uma brutal sessão de “disciplina” orquestrada por integrantes de uma facção criminosa. A vítima teria sido acusada de ter se apoderado de uma bicicleta, supostamente após a sua ter sido roubada nas imediações do estabelecimento onde se encontrava.
Este chamado “tribunal do crime” teria sentenciado Paulo ao espancamento como forma de castigo, agressões que teriam ocorrido ainda no domingo. A apuração indica que Paulo não resistiu aos ferimentos e faleceu em decorrência do espancamento.
Para ocultar o crime, os envolvidos teriam guardado o corpo em uma geladeira antes de descartá-lo na grota onde foi posteriormente localizado.
Até o momento, três suspeitos, entre eles um adolescente, foram identificados e colocados à disposição da Justiça. A Polícia Civil continua a busca por outros indivíduos possivelmente envolvidos no homicídio.
O corpo de Paulo Lopes foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) do Hospital Raimundo Chaar e será transferido para a capital, Rio Branco, onde será submetido a perícia detalhada, essencial para a completa elucidação da dinâmica dos fatos.



