Em agosto deste ano, a deputada federal e ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (MDB), de 72 anos, foi diagnosticada durante um check-up com um câncer de mama chamado triplo-negativo. Considerado agressivo e mais raro nessa faixa etária, o tumor está respondendo bem ao tratamento de ponta que combina quimioterapia e imunoterapia. No último domingo, a parlamentar recebeu o GLOBO no quarto do 9º andar do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, dois dias antes de passar pela 12ª aplicação dos medicamentos. Ao longo de 50 minutos, segurando vigorosamente um terço e com olhar sempre sereno e firme, a filha do ex-presidente José Sarney detalhou o impacto do diagnóstico em sua vida e como tem enfrentado o tratamento.
Como você recebeu o diagnóstico do câncer de mama?
Vim para São Paulo em agosto fazer um check-up, mas por outro motivo. Eu tinha perdido uns quilos sem nenhuma explicação, sem dieta, nada. As pessoas falavam que eu tinha tomado Mounjaro, para você ter uma ideia. Decidi então fazer uma colonoscopia. Minha última mamografia havia sido em maio do ano anterior, mas quis ligar para minha ginecologista (Marianne Pinotti), avisando que eu estava por aqui, se ela achava que era o caso de aproveitar e fazer exames ginecológicos. Ela quis que eu fizesse e me internei para começar a batelada de testes. O primeiro deles foi a mamografia. Assim que terminou, pediram para repetir mais uma vez. Achei estranho. Quando subi no quarto, os médicos estavam todos lá (Roberto Kalil, cardiologista; Artur Katz, oncologista; David Uip, infectologista), para me dar a notícia de que eu tinha um câncer de mama triplo-negativo, um tipo de tumor raro e agressivo. Em seguida passei por outros exames que indicaram que não havia metástase. Vim passar cinco dias em São Paulo e estou há três meses sem sair daqui.
Como é o tratamento?
Recebo a combinação de quimioterapia e imunoterapia. Vou completar a 12ª sessão dessa primeira etapa. Depois serão mais quatro sessões a cada 21 dias, com outra medicação e, no início do ano que vem, vou passar por uma cirurgia. Chego semanalmente no Sírio aos domingos, faço exames prévios para checar minha condição física e fico internada por uns três dias. Já tive de receber transfusão de sangue. Quinta-feira passada vim para o hospital porque minha pressão caiu muito. Costumo dizer que esse é um tratamento para gente grande.

