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terça-feira, abril 23, 2024

Paulo Guedes demonstra despreparo, dizem economistas

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O anúncio do fechamento do escritório do Fundo Monetário Internacional (FMI) no Brasil , feito nesta quinta-feira após críticas do ministro Paulo Guedes à entidade, foi lamentado por economistas ouvidos pelo GLOBO.

Eles criticam a posição do ministro e, em sua maioria, afirmam que haverá impacto negativo para o país em termos de credibilidade e imagem junto a mercados internacionais.

Elena Landau: ‘É uma forma debochada, ridícula’ de tratar FMI

A economista Elena Landau, ex-diretora de Privatizações do BNDES, critica as falas de Guedes, que na última quarta-feira disse a uma plateia de empresários que estava “dispensando” o órgão do país.

“A maneira pela qual o ministro da economia trata um órgão da importância do FMI é mais uma mancha na imagem do Brasil frente ao mundo. É uma forma debochada, ridícula”, diz Landau.

A economista também condena as declarações do ministro sobre o ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn, que em janeiro assumirá o cargo de diretor para o Hemisfério Ocidental do FMI.

“Ao falar do Fundo, Guedes ataca o ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn, que ganhou por dois anos seguidos como melhor presidente de Banco Central do mundo. Isso mostra mais uma vez a mesquinhez do ministro da Economia, agora frente a um profissional que teve sucesso absoluto no combate da inflação”, afirma Landau.

A economista se refere ao prêmio Central Banker of The Year, concedido pelo jornal Financial Times a Goldfajn.

O ex-presidente do BC tem afirmado em entrevistas e eventos recentes que prevê uma recessão para o país no próximo ano e que os investidores estrangeiros já fugiram do país.

Arminio espera reconsideração de ambos os lados

Landau ressalta, ainda, que o Brasil não resolveu seus problemas fiscais e que, embora Guedes mostre contrariedade quanto às previsões traçadas pelo FMI para a economia brasileira e não concretizadas, as estimativas do ministro também se mostraram equivocadas.

“Guedes criticou a qualidade das previsões econômicas do órgão, mas ele é a última pessoa no país que deveria criticar quaisquer previsões. Ele prometeu R$ 1 trilhão em privatizações e não entregou, previu uma recuperação econômica em V e inflação controlada. É a pessoa que mais erra projeção”, conclui.

Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio da Gávea Investimentos, afirmou ao GLOBO esperar que o governo e o FMI “se entendam e voltem atrás” da decisão de encerrar o escritório.

Schwartsman: ‘Atitude mostra imaturidade e despreparo’

Para Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Relações Internacionais do Banco Central do Brasil, não há repercussão econômica com o anúncio.

“A atitude do ministro mostra imaturidade e despreparo, mas o Brasil não precisa (economicamente) do Fundo nem o Fundo precisa do país, mesmo ministros ruins, como Guido Mantega, mantiveram uma boa relação com a entidade”, diz ele.

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