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Criança de 1 ano morre após dar entrada em estado grave no Pronto Socorro de Rio Branco

Uma criança de apenas um ano morreu, na manhã deste domingo (26), quando recebia atendimento de urgência no Pronto Socorro de Rio Branco. A causa da morte ainda não foi confirmada, mas, se for atestado que a criança morreu de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com essa morte serão 11 óbitos pela doença no Acre.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) informou que a criança era do sexo masculino e primeiramente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento Franco Silva, que fica no bairro Sobral, em Rio Branco, com sinais de perda de consciência, esforço respiratório associado a desidratação grave e hipoglicemia.

Devido à gravidade do paciente, ele foi transferido em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Pronto Socorro de Rio Branco. Durante o transporte, o menino teve uma parada cardiorrespiratória. Já dentro do PS, os médicos tentaram reanimar a criança por 35 minutos, mas o menino acabou morrendo.

A Sesacre informou ainda que uma equipe de assistentes sociais do estado entrou em contato com o município para prestar assistência oferecendo auxílio funerário à família.

Mortes de crianças no AC

O estado do Acre vem enfrentando o aumento das internações de crianças com síndrome respiratórias graves e mortes pela doença. No último dia 14, a Sesacre havia confirmado a décima morte por síndrome respiratória grave.

A vítima foi uma menina de 1 ano, que deu entrada no dia 13 e morreu no mesmo dia. Segundo a Sesacre, a morte da menina foi causada pelo choque séptico refratário por pneumonia.

Ela deu entrada no PS e foi transferida para o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Acre (Into-AC). “Chegando lá já com pupilas dilatadas e em parada”, disse nota.

Esse aumento dos casos expôs a falta de estrutura dos hospitais para atender crianças, já que o pronto-socorro é a referência para atendimentos graves na capital.

Negligência

Pais das crianças que morreram com a doença acusam o estado de negligência e denunciam falta de estrutura e medicamentos nessas unidades. Por isso, no dia 10, o Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) fez uma fiscalização no PS.

Uma das principais irregularidades encontradas, segundo o conselho, foi com relação ao local de atendimento da pediatria, que, segundo o investigação, não havia um consultório e, por isso, as crianças eram atendidas no corredor da unidade.

Pacientes transferidos

Em meio a tudo isso, o governo decidiu transferir as instalações e pacientes do Hospital da Criança de Rio Branco para o prédio do Into-AC. A transferência de 63 crianças ocorreu no dia 11.

Com as mortes, o problema de leitos e falta de estrutura do Hospital da Criança ficou mais evidente. Com apenas nove leitos de UTI na unidade, que é referência para o atendimento pediátrico no estado, as crianças estavam morrendo sendo atendidas no PS da capital e algumas acabaram morrendo à espera de transferência. Como foi o caso do pequeno Théo Dantas, de 10 meses.

Com a reforma no Hospital da Criança e transferência das instalações, os atendimentos pediátricos passam para o Into, não só os casos de síndromes respiratórias. No entanto, segundo a Sesacre, os pais que tiverem com crianças doentes devem primeiro procurar a Unidade de Pronto Atendimento do Segundo Distrito ou, no casos mais graves, o PS, e depois os pacientes serão remanejados ao Into, caso seja solicitado pelo médico.

Ao todo, o Into deve contar com 100 leitos pediátricos, ou seja, 37 a mais que no Hospital da Criança. O governo não divulgou a quantidade exata de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria pediátricos que serão instalados.

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