Naiana Neves é assistente social do sistema prisional desde 2008, e desde o início do seu trabalho na penitenciária Manoel Neri da Silva, em Cruzeiro do Sul, ela lida com o caso do preso Edmar Caveira de Almeida.
“Ele não é um preso comum”, diz Naiana se referindo a Edmar ser um paciente psiquiátrico, ao qual está sob medida de segurança e tratamento ambulatorial. “Para o direito penal, uma pessoa que não tem condições psicológicas e intelectuais de discernir acerca do ilícito penal que ele cometeu, é considerado uma pessoa inimputável”, explicou.
Atualmente, o preso passa por acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) e trabalha na casa de farinha que fica dentro do presídio. “É uma pessoa que faz parte do nosso meio, do nosso cotidiano. Ele é tranquilo”, disse a assistente social.
Edmar chegou na penitenciária no dia 21 de agosto de 1995, há 27 anos. Atualmente, o homem é levado para passeios pela cidade, antes da pandemia de Covid-19 ele era levado para visitar a mãe. “Essas saídas para a casa da mãe dele a gente cancelou, mas fazemos com ele pela cidade. É uma pessoa que está a muito tempo presa, então esses momentos são super importantes, ajuda muito”, destacou.
Vale destacar que, além das pessoas que cumprem pena em regime fechado, o presídio cruzeirense também recebe pacientes psiquiátricos que cumprem pena. A unidade realiza essas atividades – como passeios e acompanhamento no CAPs – na esperança que um dia esses presos retornem ao seio familiar.