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sexta-feira, maio 3, 2024

Pesquisador da Ufac tem artigo publicado em revista internacional e ressalta a importância do Parque Estadual do Chandlless

Por Vitor Paiva, dA Gazeta do Acre.

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O pesquisador Valdemar de Matos Paula, que está realizando mestrado em Ciência, Inovação e Tecnologia para Amazônia (Cita), na Universidade Federal do Acre (Ufac), publicou recentemente sua pesquisa acerca dos insetos aquáticos do Parque Estadual do Chandlless (PEC).

O material foi divulgado em revista internacional, intitulada “Research, Society and Development”, e se chama “A realidade do Parque Estadual Chandlless e o seu potencial como área de estudos para a pesquisa de entomologia aquática no Sudoeste da Amazônia”.

O artigo conta ainda com a coautoria da Flávia Dinah Rodrigues de Souza, gestora do parque, e o mestrando em Ciências Florestais, Moises Parreiras Pereira.

“A principal intenção do trabalho foi instigar o conhecimento de algo nosso, para que, assim, possamos conservar e garantir para as gerações futuras, seja a diversidade de insetos aquáticos, como também os lagos, igarapés e bacias do local. É preciso conhecer para conservar e isso só é possível indo a campo, conhecendo e partilhando dados científicos com a comunidade de forma geral”, disse Valdemar Matos, que é biólogo.

A pesquisa foi realizada no Parque Estadual do Chandlless/Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

“No Acre, a linha de pesquisa com Insetos Aquáticos ainda é relativamente nova, entretanto existem trabalhos já em andamento, realizados por pesquisadores renomados como Lisandro Juno Soares, professor Dr da UFAC e Diego Viana, professor Dr do IFAC e entre outros.”, conta Matos.
Ele ainda deixa claro que o intuito é dar continuidade a essas pesquisas e fortalecer essa área de pesquisa, para que possam mostrar o quanto os impactos ambientais negativos no meio ambiente podem prejudicar os recursos hídricos do estado.

“Coletar esses organismos permite um entendimento sobre como a Sanidade dos corpos hídricos se encontra e principalmente, prever a melhor abordagem para compreender sobre as condições físicas e químicas que são favoráveis para a conservação da Biodiversidade, que vivem nesses ambientes aquáticos.” explica o pesquisador acerca da importância de se estudar os insetos aquáticos da região.

Além disso, Matos reforça que esse tipo de pesquisa chegar à população é importante, pois conscientiza acerca do cuidado com o nosso meio ambiente, principalmente por conta da nossa grande biodiversidade.

“O Acre não tem um comitê de Bacias e o Plano Estadual de Recursos Hídricos não foi atualizado, dessa forma, informações como essas, envolvendo espécies encontradas ao longo das Bacias do Rio Acre, podem ser úteis para manter e garantir esse recurso natural, podem ser mais impactante fora da esfera política e dentro do âmbito da conscientização”, ressalta ele.

Matos ainda fala que essa é uma abordagem que pode ser útil para a tomada de decisão envolvendo a bioeconomia, que de acordo com ele “ainda não chegou na casa dos ribeirinhos e que se estende na agenda do Governo, inexistindo o diálogo com profissionais qualificados podem contribuir com a conservação do Parque bem como com o conhecimento e divulgação das UC’s que existem no Estado”.

Sobre o motivo de se focar na pesquisa de insetos aquáticos, o biólogo explicou que eles são os primeiros a sentirem perturbações ambientais na água,e por isso coletar dados destes animais pode fornecer informações precisas sobre a conservação dos recursos hídricos que são usados por ribeirinhos nestas localidades.

Valdemar Matos durante sua expedição ao Parque Estadual do Chandlless/Foto: Arquivo Pessoal

O parque é a Unidade de Conservação Estadual do Acre com o maior território, ocupando cerca de 4% do estado, abrangendo os municípios de Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira, fazendo fronteira com o Peru. A importância do local é grande e em diversas áreas, contando com o Centro de Dispersão do Bambu na Amazônia ocidental, além de ser um local que pode gerar indicadores de mudanças climáticas, pois certas espécies que vivem no PEC não se desenvolvem em águas quentes.

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