O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) voltou a subir o tom contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Neste sábado (7), Ciro reagiu à ação protocolada pela Advocacia-Geral da União (AGU) contra ele na Justiça Federal do Ceará, acusando o presidente de usar o poder institucional para persegui-lo judicialmente. Segundo o pedetista, trata-se de um caso claro de lawfare — o uso do Judiciário como arma política.
A ação da AGU é uma resposta a declarações feitas por Ciro nas redes sociais, nas quais ele acusou Lula de envolvimento em corrupção e peculato por supostamente ter recebido propina em troca da criação do programa “Crédito do Trabalhador”. O processo, movido na 11ª Vara Federal do Ceará, cita diretamente essas falas como ofensivas à honra do presidente.
Ciro, no entanto, afirma que não se trata de calúnia, mas de crítica política legítima. “Nos últimos anos, tenho suportado um enorme lawfare. São processos artificiais movidos por políticos que são agentes dos agiotas, que exploram o povo brasileiro”, declarou. Em seguida, disparou: “Agora, o maior desses agentes dos agiotas, o presidente Lula, entra diretamente no jogo judicial para tentar me calar”.
O ex-ministro sugeriu ainda que o tipo de ação movida pela AGU foi escolhida estrategicamente para impedir que ele possa apresentar provas. “Lula não me processa por calúnia, porque isso me daria o direito de provar que tudo o que digo é verdade. Ele tenta me calar manipulando a Justiça”, afirmou.
A relação entre os dois políticos, que já foram aliados durante o primeiro mandato de Lula, rompeu-se de forma definitiva em 2018. Desde então, Ciro se tornou um dos principais críticos do PT, acusando o partido de ter se aliado a setores financeiros que, segundo ele, “chupam o sangue do povo brasileiro”.
Apesar da ofensiva judicial, Ciro garantiu que continuará com suas críticas. “Não me calarei. O que faço é apontar erros e denunciar o que considero crimes contra o povo. Isso não é ofensa, é exercício do meu direito de expressão”, afirmou.