A intensa disputa do Mundial de 2025 entre os pilotos da McLaren deve ganhar mais um interessante capítulo neste domingo na Hungria. Foi em Budapeste onde, no ano passado, a rivalidade entre Oscar Piastri e Lando Norris atingiu nível recorde, com Norris discutindo bastante com sua equipe via rádio para não devolver a posição de liderança para seu companheiro de equipe. Afinal, ele ainda sonhava com o título, que acabaria ficando com Verstappen com certa folga em 2024.
Discussões à parte, o último GP da Hungria marcou a primeira vitória do australiano na F1. Revendo esta imagem de um ano atrás, é impressionante a ascensão de Piastri em 2025. De coadjuvante no ano passado, ele virou protagonista na atual temporada e lidera o Mundial com 16 pontos de vantagem.
É pouco, mas só ele e Norris tem a maior probabilidade de lutar por vitórias daqui até o final do ano, então esta margem é boa o suficiente para manter a matemática do campeonato sempre a seu favor – permitindo até duas derrotas em relação a Norris. Já o britânico tem esta tabela como pressão extra por uma vitória ou mesmo chegar à frente de seu companheiro de equipe.
Esta rápida adaptação de Piastri ao ambiente da McLaren (liderando o Mundial tendo apenas dois anos completos no time) lembra seu início de carreira, sendo campeão logo em seu ano de estreia na F3 e também na F2. E um jovem estreante neste ano na F1 pode se inspirar nesta trajetória para seguir brilhando na categoria: Gabriel Bortoleto.
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Quando assinou contrato com a Sauber, o brasileiro sequer sonhava com pontos em seu primeiro ano na F1. Competindo no time que terminou na décima e última colocação do Mundial, ele surpreendeu a todos ao se classificar para o Q2 logo em sua estreia, na Austrália, ficando na frente de seu companheiro de equipe, Nico Hulkenberg.
Depois, Bortoleto conseguiu ainda mais duas vezes vaga no Q3, algo inédito para a Sauber no ano, e vem de uma ótima corrida em Spa, onde marcou pontos pela segunda vez no ano e novamente andou na frente de Hulkenberg.
Existe uma máxima na F1 que diz: “você é tão bom quando o resultado de sua última corrida”. E é justamente por isso que o brasileiro tem agora a melhor reputação entre os estreantes da F1. Esta “virada” na imagem de Bortoleto começou na Áustria, onde ele foi o oitavo colocado e colocou a Sauber no Q3, e em especial no último domingo, em Spa.
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No circuito que é considerado um dos mais técnicos do ano, e também dos mais desafiadores, Bortoleto fez uma corrida digna de veterano, encarando as primeiras voltas na chuva, sabendo a hora certa de trocar pneus e também mantendo forte ritmo de prova no seco – a ponto de pedir passagem pelo rádio para passar Hulkenberg e ser atendido.
Isso não quer dizer que já dá para cravar que Bortoleto fecha o ano como grande revelação da F1. Em 2025, este posto já foi ocupado por Isack Hadjar, da RB, e, claro, por Kimi Antonelli, da Mercedes – mas ambos hoje, parecem mais distantes de seus companheiros de equipe.
Resultados contam, claro, como o pódio de Antonelli no Canadá, mas o novato da F1 pode impressionar mesmo com um carro que não brigue por vitórias ou um lugar entre os três primeiros.
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A diferença de pontos de Hulkenberg para Bortoleto ainda é grande (37 a 6), mas também inclui o fator circunstancial do pódio do alemão em Silverstone. E, assim como no mercado de ações, o que se vê valorizar num passe de piloto de F1 é sua projeção do presente para o futuro – e Bortoleto, quando entra em fase ascendente, costuma segurar alta a sua performance.
Foi assim que garantiu os títulos de F3 e F2. Na F1, claro, a dificuldade é muito maior, mas na Hungria o brasileiro tem chance de fechar a primeira parte do Mundial como o grande novato de destaque em 2025 e pavimentar seu futuro para os próximos anos, liderando o projeto da Audi na F1 a partir de 2026.
A corrida da Hungria também é particularmente importante para Ferrari. Em uma pista travada e de curvas de baixa velocidade, será interessante notar se os upgrades trazidos para Spa funcionarão.
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Mesma coisa para Verstappen, que parece estar disposto a ficar mais um ano na RBR, mas para isso o time precisa mostrar que pode brigar por vitórias – como na Sprint Race em Spa, onde a alegria do holandês pela vitória evidenciou este momento.
O time trará atualizações para Budapeste, onde nos últimos anos aconteceram algumas zebras – como a vitória de Esteban Ocon em 2023 com a Alpine. E hoje, quem diria, Verstappen lutando pela vitória é considerado um resultado fora do comum.
Ainda sem ver os carros na pista, meu palpite de pódio vai ser conservador para primeira fila: dobradinha da McLaren, com Piastri em primeiro e Norris em segundo.
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