Inspirado nas florestas amazônicas e no cotidiano de jovens estudantes acreanos, um jogo desenvolvido por onze universitários de Sistemas de Informação da Ufac vai atravessar o oceano e ganhar vitrine internacional em agosto de 2026, na Alemanha. A informação foi divulgada pelo g1, após o grupo conquistar a preferência do público na Mostra Competitiva de Jogos da Amazônia Legal, durante a Headscon 2025, realizada em Rio Branco. Além do reconhecimento, os desenvolvedores levaram para casa R$ 21,5 mil em premiação.
Inspirado nas florestas amazônicas e no cotidiano de jovens estudantes acreanos, um jogo desenvolvido por onze universitários de Sistemas de Informação da Ufac/ Foto: Reprodução
O game, batizado de Carbon – 0, acompanha os irmãos Ícaro e Maria, que embarcam em uma investigação ambiental para provar a inocência do pai. Na trama, os personagens precisam reunir pistas, descobrir fraudes e até invadir empresas envolvidas em crimes ambientais. O projeto nasceu dentro da universidade ao longo de 2024 e 2025, entre horas de estudo, trabalhos finais e a correria típica da graduação.
Como a premiação oferece apenas uma vaga para representar a equipe no exterior, o grupo escolheu o estudante André Siqueira, de 25 anos, para assumir a missão na Alemanha. Em entrevista ao g1, ele disse que o anúncio da vitória foi um daqueles momentos que ficam marcados para sempre.
“Quando chamaram nosso jogo, a gente gritou, pulou… não sei se vou sentir isso de novo”, relatou.
Para André, o prêmio reforça que a equipe está no caminho certo. “Nos dá ainda mais gás para continuar, em um ritmo mais acelerado, e entregar o que o público e os avaliadores esperam de nós”, afirmou.
O desafio de criar um game na rotina acadêmica
A produção do Carbon – 0 exigiu da equipe muito mais que criatividade. A maioria dos estudantes tinha pouca experiência prática em programação e precisou equilibrar o desenvolvimento com aulas, provas e outras demandas da graduação.
O universitário Thiago Costa, que integra o grupo, explica que o interesse por criar jogos nasceu em um evento interno da Ufac, no ano passado, quando ele e alguns amigos tentaram desenvolver um game digital do zero.
“Ficamos em terceiro lugar. Daí pra frente, o grupo só cresceu, e a nossa vontade de fazer jogos também”, contou.
Segundo ele, a boa recepção do Carbon – 0 na Headscon veio da combinação entre narrativa envolvente e a forma como a equipe apresentou o projeto.
“A gameplay é simples e fácil de entender, o que atraiu crianças e pessoas que não jogam tanto. Mas eu acho que o carisma do grupo fez muita diferença”, avaliou.
Rumo à Alemanha com novas expectativas
Com quase um ano até a apresentação oficial em 26 de agosto de 2026, o grupo já trabalha em uma reformulação completa do jogo. Eles pretendem incluir novas mecânicas, aprimorar a arte, ajustar a narrativa e polir detalhes técnicos para entregar uma versão mais robusta ao público europeu.
A viagem, além de representar o Acre e a Ufac, abre portas importantes para o futuro dos jovens desenvolvedores. A participação no evento deve colocar o Carbon – 0 diante de estúdios internacionais, profissionais experientes e tendências do mercado global de games — um passo enorme para quem, até pouco tempo atrás, criava jogos entre uma aula e outra.

