No último sábado, após a conquista da Taça Guanabara, o presidente do Flamengo revelou uma nova previsão de custo para a construção do estádio no Gasômetro. Ainda no gramado após a cerimônia de entrega do troféu, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, disse ter encomendado estudos que apontam a inviabilidade do projeto pelo valor de R$ 1,9 bilhão calculado pela diretoria anterior.
— O que eu posso dizer agora é que não tenho a menor dúvida de que o número de R$ 1,9 bilhão não é verdadeiro, e que esse número a ser confirmado é perto de R$ 3 bilhões, ou mais. Então o que nós vamos fazer é esperar que esses estudos sejam completados, e provavelmente em uns 60 dias a gente vai ter uma posição mais abalizada para dividir com vocês.
Se confirmada a nova previsão, o futuro estádio do Flamengo passaria a ser o mais caro do Brasil, tanto em valores absolutos quanto em corrigidos pela inflação. O ge fez o levantamento usando o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) para trazer os números reais do custo das obras das arenas brasileiras:
Estádios mais caros do Brasil*
Estádio | Custo (inauguração) | Custo (atualizado) |
Mané Garrincha* | R$ 1,4 bilhão (2013) | R$ 2,9 bilhões |
Maracanã* | R$ 1 bilhão (2013) | R$ 2,2 bilhões |
Neo Química Arena | R$ 1 bilhão (2014) | R$ 2,1 bilhões |
Mineirão* | R$ 695 milhões (2012) | R$ 1,5 bilhão |
Casa de Apostas Fonte Nova* | R$ 684,4 milhões (2013) | R$ 1,4 bilhão |
Arena do Grêmio | R$ 600 milhões (2012) | R$ 1,3 bilhão |
Arena da Amazônia | R$ 660,5 milhões (2014) | R$ 1,3 bilhão |
Allianz Parque | R$ 660 milhões (2014) | R$ 1,2 bilhão |
Arena MRV | R$ 1 bilhão (2023) | R$ 1,1 bilhão |
Arena Pantanal | R$ 583 milhões (2014) | R$ 1,1 bilhão |
Arena Pernambuco | R$ 532,6 milhões (2013) | R$ 1,1 bilhão |
Castelão* | R$ 518,6 milhões (2013) | R$ 1,1 bilhão |
Arena das Dunas | R$ 400 milhões (2014) | R$ 820,8 milhões |
Pacaembu* | R$ 800 milhões (2025) | R$ 800 milhões |
Ligga Arena* | R$ 391,5 milhões (2014) | R$ 798,5 milhões |
Beira-Rio* | R$ 330 milhões (2014) | R$ 667,2 milhões |
O INCC foi o primeiro índice desenvolvido para monitorar a evolução dos preços de materiais, serviços e mão-de-obra destinados a construção de residências no Brasil. Além de ser um dos índices componentes do Índice Geral de Preços (IGP) do FGV IBRE, o INCC continua sendo, mais de 70 anos depois, um dos mais importantes indicadores de preços para o seu segmento, segundo explicação da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em julho do ano passado, o Flamengo arrematou o terreno em um leilão pagando R$ 138,2 milhões. Depois, pagou mais R$ 7,8 milhões após uma perícia judicial sobre o valor da região. Porém, a Caixa Econômica Federal, administradora do fundo privado que era dono da área antes da desapropriação da prefeitura, não concordou e entrou na Justiça. Para encerrar o imbróglio, o clube se comprometeu a pagar uma complementação de R$ 23 milhões parcelados pelos próximos cinco anos. Com isso, o preço final do terreno ficou em R$ 169 milhões. Mas o acordo final ainda não foi assinado.
Em novembro, o então presidente do clube, Rodolfo Landim, apresentou o projeto preliminar aos sócios, projetando um estádio com 60 metros de altura – o que equivale a um prédio de 20 andares -, com 27 elevadores espalhados pela sua estrutura, além de 16 rampas integradas para acesso interno. Nesse caso, o estádio seria mais alto do que o Maracanã e o estádio do Real Madrid, por exemplo. A capacidade total seria de 77.923 mil torcedores.