As visitas aos detentos do Bloco 7 do presídio Manoel Neri estavam suspensas desde o ano passado, após duas tentativas consecutivas de fuga por meio de buracos nas celas, que foram descobertas entre os dias 21 e 27 de dezembro de 2023.
Por isso, as visitas foram retomadas somente nesta quarta-feira, 10. De acordo com o diretor da unidade prisional, Elves Barros, as instalações já foram recuperadas e os presos readequados por cela. “Nesses casos a Polícia Civil faz a perícia que avalia se houve danos na estrutura e é feita a recuperação”, disse ele.
Vale destacar que o Instituto de Administração Penitenciária- Iapen, possui projetos para a construção de um muro de segurança na unidade prisional e para a ampliação do alambrado. Pois, segundo Elves, no início e final de ano, as tentativas de fugas aumentam.
Além disso, um novo buraco foi descoberto em uma cela do bloco 2, na última segunda-feira, onde um preso planejava fugir. Felizmente, o detento não obteve sucesso e o diretor da unidade informou que o dano estrutural foi sanado sem a necessidade de suspensão de visitas.
Levando em consideração as últimas três fugas no presídio de Cruzeiro do Sul, outras foram registradas em 2023 e na maioria delas, os detentos fizeram buracos nas paredes e lajes.
Em relação a isso, Elves relatou que na unidade prisional há blocos mais antigos e outros mais recentes e que os mais novos foram melhor projetados. Segundo ele, no presídio tem paredes de concreto armado, como também, paredes simples, feitas com tijolos e cimento, como em qualquer outra edificação.
”Mas, além das paredes temos todo um aparato com câmeras, guarita, alambrado e os Policiais Penais”, disse ele afirmando que as revistas estruturantes são feitas constantemente no local.
Porém, alguns dos materiais utilizados pelos detentos são utilizados como estratégia de fuga.”O aço corta o ferro. Então, a lâmina de barbear, pinça e outros materiais são usados pelos presos para serrarem as grades, porque eles têm tempo e paciência para fazer isso. Também usam ferro da própria estrutura do presídio para fazer os buracos”, concluiu ele.
O presídio conta com um projeto de ressocialização por meio do cuidado com a horta, roçado, casa de farinha, marcenaria, posto de lavagem e pocilga, além da oferta de cursos profissionalizantes. O objetivo é a ressocialização dos detentos, que podem ainda remir a pena.
Segundo Elves, a cada 3 dias de trabalho, 1 dia da pena diminui. “Parte da produção é doada e a outra vendida. Nosso objetivo é reeducar o preso, que pode sair do presídio com uma profissão. O foco é dar oportunidade para quem quer a reinserção na sociedade”, destacou.